que não se repita

VÍDEO: podcast marca oito anos do incêndio da boate Kiss

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

A poucos dias do dia 27 de janeiro, data que marca os oito anos do incêndio da Boate Kiss, a rede de apoio "Kiss: que não se repita" lançou um podcast para dar voz a dezenas de amigos, familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia. A série "As Faces de uma Tragédia" terá quatro episódios que podem ser ouvidos de forma gratuita pelo aplicativo Spotify ou pelo YouTube. O primeiro, "Todo dia é dia 27", foi ao ar no último domingo. Os próximos serão liberados nos dias 17, 24 e 31.  

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O produtor editorial André Polga, que coordena iniciativas da rede a cada 27 de janeiro desde 2014, explica que este ano, em virtude da pandemia, o podcast foi realizado de forma 100% remota, desde a produção, até entrevistas e edição. O grupo ainda estuda a possibilidade de veicular um quinto episódio de entrevistas com profissionais da saúde e segurança que trabalharam durante o incêndio.

A cada episódio são apresentados cinco relatos. Os entrevistados são familiares, amigos e sobreviventes que não apareceram nas coberturas dos jornais de grande circulação. São moradores de cidades da região, da Capital e até de fora do Estado. Conforme o produtor editorial, que perdeu uma amiga na tragédia e se aproximou dos familiares ao longo dos anos, o podcast tem um tom mais íntimo:

- Temos afinidade de família com eles (familiares, amigos e sobreviventes). Por isso, temos uma abordagem diferente, mais sentimentalista. Estamos envolvidos por uma mesma causa e temos uma perda em comum - explica.

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A quase oito anos sem um resultado na Justiça, a responsabilização das instituições e pessoas envolvidas no incêndio é uma das lutas das famílias. O resultado do compilado de conversas do podcast reflete uma sensação recorrente, segundo André:

- Há uma desesperança grande em relação ao sistema judiciário. Vimos a falta de apoio de órgãos públicos, da população aqui de Santa Maria e uma sensação de que a sociedade não aprendeu, que todas essas manobras (que causaram o incêndio) continuam sendo aceitas, nesses oito anos, pelo sistema - resume.

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style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">IMPUNIDADE

Entrevistada do 4ª episódio, Cibele Garlet Facco (foto ao lado), mãe de Luana Facco, 19 anos, uma das vítimas fatais, destaca a importância de trazer outras vozes e diferentes perspectivas do fato. Bacharel em Direito, especialista em Docência do Ensino Superior e mestranda em Criminologia forense, ela buscou aprofundar o conhecimento sobre o aspecto jurídico do incêndio.

Cibele vai defender em julho a tese de mestrado que cursou na Universidade de La Empresa-UDE, no Uruguai. Como temática estudou os processos do Ministério Público contra familiares das vítimas pelos crimes de calúnia, difamação e falsidade ideológica. Para ela, a impunidade é um desafio ainda maior para quem tem conhecimento da abundância de processos nas áreas cível e criminal com resultados infrutíferos mesmo em oito anos:

- Eu esperava punições exemplares, pois tinham provas fartas, e foram acontecendo arquivamentos absurdos. Minha revolta é tanta que não trabalho na área, fui fazer mestrado  em criminologia forense. Nesse tempo todo, recolhi vasta quantidade de documentos das CPIs, inquéritos, e outros arquivos. Para quem entende um pouco da técnica do Direito fica claro que caberiam mais responsabilizações. Haviam provas, e isso é muito revoltante - desabafa.

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